Por que é que as casas em Portugal são tão caras?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Por causa da especulação do preço dos terrenos, dos espanhóis, da lentidão e da carga fiscal. O valor dos terrenos a urbanizar aumentou muito nos últimos sete anos. Na Avenida da Liberdade, por exemplo, o metro quadrado era vendido por 600 a 800 euros, hoje chega aos 2 mil.

'Por causa da especulação imobiliária, e porque a maioria dos terrenos de dimensão ou localização apreciáveis se encontra nas mãos de meia dúzia de entidades fortes que ditam os preços de mercado', afirma Pedro Rutkowski, director-geral da Worx.

A culpa também é dos espanhóis. 'A falta de capacidade de investimento das PME portuguesas faz com que sejam os espanhóis a liderar as operações', justifica.

Outra questão é morosidade dos processos de construção. O tempo que passa, entre a aquisição de um terreno, a obtenção das licenças camarárias e a construção é longo e imprevisível. Os valores investidos e o empate de capitais tornam-se imprevisíveis, e o consumidor final paga esse custo.

A carga fiscal, que chega a atingir 20% do valor da promoção, é outra justificação. O IVA, que é recuperável em Espanha, não pode ser deduzido pelo promotor em Portugal.

Quem paga a factura é, portanto, o comprador. Mas é tudo relativo. Segundo Luís Rocha Antunes, sócio e director do departamento de capital markets da Cushman & Wakefield, as casas em Portugal são caras ou baratas consoante o mercado comparativo.

'A descida das taxas de juro e a facilidade de crédito fazem as prestações descer; logo, a compra é mais agressiva. Por outro, o facto de os bancos facilitarem, como estender o prazo dos empréstimos, tem ajudado muito a subida de preços', contrapõe. A culpa não morre solteira, neste caso.





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