Economia real pode já não reagir à política monetária do BCE
Os analistas acreditam que o Banco Central Europeu (BCE) vai baixar a taxa de juro de referência para a Zona Euro para 4%, face aos actuais 4,25%, ainda este ano.
A previsão consta de uma análise efectuada pela agência «Reuters» junto de 61 especialistas, dos quais 46 apontam para este corte de 25 pontos base.
O Barclays Capital vai ainda mais longe e diz que, para além desta descida, o BCE optará ainda por fazer outra, de dimensão maior (50 pontos base) em Março do ano que vem, baixando assim o preço do dinheiro para os 3,5%.
O banco diz que, apesar de o BCE ter mantido a taxa na reunião desta quinta-feira, a instituição monetária ultrapassou a encruzilhada em que se encontrava e decidiu alterar a sua política. Isto porque, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, admitiu que a hipótese de um corte chegou a ser discutida e assinalou que os riscos sobre a inflação estão a baixar, enquanto que os riscos sobre o crescimento económico estão a aumentar.
O Barclays Capital considera que o discurso de Trichet «abre claramente a porta» a um corte da taxa de juro em Novembro. No entanto, o banco admite também que a sua previsão dependerá de novos desenvolvimentos económicos.
Corte de 25 pontos vai saber a pouco
«Um único corte de 25 pontos base não faria mais do que apenas anular a inesperada e muito criticada subida de igual dimensão decidida em Julho», considera o banco na sua nota.
«Se o BCE cortar a taxa de juro em Novembro, continuamos a prever um novo corte de 50 pontos base, que provavelmente chegaria em Março»,a crescenta o Barclays Capital. Mas, para o banco, «o grande problema do BCE é que a economia real já não reage assim tanto à política monetária do banco central, mesmo nas melhores alturas, quanto mais agora, que a banca europeia está sob a maior pressão desde o pós-guerra».
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