Euro recupera e petróleo está 10 dólares mais barato
Os mercados norte-americanos foram apanhados de surpresa pelo chumbo da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano ao chamado plano Paulson, que se destinava a injectar 700 mil milhões de dólares no mercado, para assim salvar as instituições em risco devido à crise financeira.
Wall Street começou desde logo a reagir à notícia, embora ainda se tente uma solução de recurso. Democratas e Republicanos reuniram-se para tentar inverter o sentido do voto e fala-se na possibilidade de se desenhar um novo plano de emergência. Numa altura ainda que ainda é impossível saber o desfecho desta situação, os mercados norte-americanos estão a aprofundar as quedas. O índice Dow Jones está a perder 5,14%, o Nasdaq 7,93% e o S&P 6,67%.
Os reflexos chegam às moedas e ao petróleo. O euro está a abrandar a sua queda face ao dólar, seguindo agora a valer 1,4469 dólares por unidade. Já o crude negociado em Nova Iorque escorrega 10,62 dólares para 96,27 dólares por barril, enquanto que o Brent segue com uma descida de 10,04 dólares para 93,50 dólares por barril.
Quem ganha com a situação são os investidores em ouro e obrigações do Tesouro, que estão a captar a atenção, por serem considerados activos de refúgio em alturas de crise.
E agora?
O chumbo significa que os bancos já não vão ter acesso aos 700 mil milhões de dólares, numa altura em que estão asfixiados pela falta de dinheiro. Os bancos estão com dificuldade em conseguir financiamento, já que existe escassez de liquidez e que, desde que se desencadeou a crise do subprime, a deterioração da avaliação do risco tornou os empréstimos interbancários bastante mais caros.
Sem o dinheiro, é também possível que o receio dos investidores, de que venham a surgir novas falências no sector financeiro, que tem estado a penalizar fortemente os mercados, venha a provar-se justificado, com mais instituições a entrarem em ruptura.
Os analistas temem inclusivamente uma corrida dos clientes da banca a levantar os seus fundos e depósitos. O resgate massivo do dinheiro levará inevitavelmente mais bancos e financeiras à falência.
Republicanos e democratas estão a tentar encontrar uma solução. O próprio presidente Bush pretende encontrar-se com os líderes do Congresso para decidir o que fazer. Poderá desenhar-se um plano alternativo ou a Administração Bush ficará de pés e mãos atadas para impedir que os bancos e os mercados se afundem ainda mais, passando a estar limitada à gestão da crise, à medida que ela se for desenrolando.
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